O Brasil é o quarto país com mais
mortes no trânsito na América, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS,
2016). A BR‐265 contribui para essa
classificação; é considerada uma das mais violentas do Brasil, ocupa o terceiro
lugar; perde apenas para a MG‐050 e BR‐381, segundo Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
O movimento Somos Todos Vítimas da
BR265 não têm medido esforços para tentar sanar os problemas da BR265, ações
como: manifestações na BR265; blitzs educativas; pedidos de melhorias via
oficio e até mesmo ida pessoalmente ao Departamento Nacional de Infraestrutura
Terrestre - DNIT, bem como envio de ofícios para os Deputados mais votados da
região e reuniões com os mesmos.
Contudo, as péssimas condições da BR265
contribuem para o alto número de acidentes. O alto fluxo de automóveis, animais na pista, curvas
perigosas, buracos no asfalto, radares em locais adequados, terceira pista e acostamentos,
contribuem significativamente para que acidentes automobilísticos ocorram de
forma constante nessa rodovia.
O mais completo estudo sobre as
condições das rodovias brasileiras, realizado pela Confederação Nacional do
Transporte – CNT, revelou que dos 427 km pesquisados da BR265, apenas 10 km
estão em ótimas condições, 238 km regular, 75 km ruim e 10 km péssimo. A
classificação do estado geral e pavimentação são regulares, sinalização é boa e
a geometria da via é péssima. As indicações da Pesquisa CNT de Rodovias são uma
referência para a definição e aplicação dos recursos de forma eficaz. Contudo,
os usuários da BR265 não tem notado a aplicação adequada desses recursos.
Pesquisa realizada Confederação Nacional do Transporte |
Essa falta de investimentos têm
resultado em um número alto de acidentes com mortes. No ano de 2014, a Seds
registrou 39 mortes e em 2015 foram 30 mortes. A Seds ainda registrou o número
de vítimas graves, foram 108 em 2014 e 67 em 2015. Desde a criação do
movimento, em 12 agosto de 2015 até agosto de 2016, foram registadas 25 mortes.
No ano seguinte (2016-2017) o movimento registrou 23 mortes. Neste ano (2018),
em apenas 3 meses já foram registradas 6 mortes. Em quatro anos 123 pessoas
perderam suas vidas no trecho de Lavras a São João Del Rei.
Dados do movimento mostram que ainda
prevalece o alto número de acidentes, semanalmente são registrados em média 4
acidentes graves. Este trecho concentra riscos e perigos, tais como: o km 283 (trevo
de Nazareno); o trevo do Tijuco em São João Del Rei; a curva do Tio Romeu em
Barroso; a ponte do Rio Grande e do Capivari, dentre outras localizadas nas
curvas. Em pontos mais críticos, como a famosa curva do Dr. Hélcio";
localizada depois da ponte do Rio Grande, sentido Itutinga-Nazareno (entre o KM
306-290), em um só dia chuvoso registrou-se 10 acidentes.
Nos
últimos anos, aumentou exponencialmente o trafego de carretas e caminhões na
via, que contribuem para a deterioração da rodovia e ainda aumenta a
concentração de veículos diariamente. No
dia 05 de maio de 2016, o Superintendente do Dnit - engenheiro Fabiano Martins
Cunha – compareceu na Audiência Pública em prol da duplicação da BR265, que
ocorreu em Itutinga. Ele informou que estava sendo realizado um balanço do
número de veículos que transitam na BR265, por meio de um equipamento instalado
no KM 311. Segundo o Engenheiro, no mês de abril DE 2016 cerca de 5 mil
veículos por dia transitaram na rodovia (no trecho entre Lavras e São João Del
Rei).
A
contagem e classificação de veículos é parte do Plano Nacional de Contagem de
Tráfego – PNCT, que
procura cobrir os trechos mais representativos da malha rodoviária de cada
estado e seus resultados são subsídios básicos para os estudos de planejamento
em geral, estudos econômicos e projetos rodoviários, essenciais para direcionar
o DNIT nas necessidades e prioridades de melhorias no sistema rodoviário.
No
dia 18 de fevereiro de 2016, o DNIT publicou um relatório parcial, que incluiu
apenas os meses de Agosto, Novembro e Dezembro de 2015.
Foto: Dados da Contagem de Tráfego (fonte: http://www.dnit.gov.br/planejamento-e-pesquisa/planejamento/contagem-de-trafego/minas-gerais) |
Nesse relatório o fluxo apresentado é menor que o divulgado
na reunião que ocorreu em maio, mas não deixa de ser considerável (cerca de 3
mil veículos/dia). É preocupante o número de veículos que circulam na br265,
principalmente, os de dois eixos (quase 10% do montante total). Parece pouco,
mas não é. Se considerarmos 3000 veículos por dia, cerca de 300 caminhões
transitam pela 265 (por dia). Em Agosto o percentual médio do volume total diário de veículos pesados
correspondeu a 34,64% do trafego total. Esse percentual representa cerca de 720
veículos pesados transitando pela BR265. Em dias de trafego mais intenso esse
número sobe para aproximadamente 900 veículos pesados (se considerado o mês de
dezembro). Isso é mais que suficiente para causar acidentes, deteriorar a estrutura
da rodovia, e mais ainda, justificável para exigirmos uma duplicação (ou a
terceira faixa em pontos críticos).
Os veículos passam livremente pela
rodovia devido a
falta de balança de pesagem de caminhões. A
falta de fiscalização desse tipo, resulta em grandes prejuízos para a malha
rodoviária. O engenheiro civil José Napoleão Filho explica que a vida
útil de uma estrada, que deve ficar entre 8 e 10 anos, pode ser diminuída para
em até 50%. O asfalto é feito para suportar um determinado peso e quando isso
não é respeitado os buracos começam a aparecer (Fonte: G1).
Composição que transportava um transformador de 102 toneladas |
Sem manutenção e fiscalização do DNIT, uma ponte de
cerca de 12 metros no Km 300 da BR-265, próximo ao trevo de Nazareno (MG), caiu
na madrugada do domingo (11 de março de 2018), no trecho que faz a ligação entre cidades de Lavras (MG) e São João del
Rei (MG), dentre tantas outras.
Ponte que caiu no Km 300 da BR-265 |
Com o
trecho interditado, é preciso fazer um desvio de cerca de 80 quilômetros por
rodovias pavimentadas. No entanto, alguns motoristas então se arriscando pelo
desvio para veículos leves, na estrada rural de Palmital em Nazareno e muitos
caminhoneiros não têm respeitado o limite de 10 toneladas.
A
situação virou um caos na última sexta-feira (16 de março de 2018). Com a chuva,
um lamaçal fez com que dois caminhões ficassem atolados impedindo o transito
por esse acesso. Ao mesmo tempo em que na outra rota alternativa pela BR494, dois
motoristas ficaram feridos após carretas baterem e pegarem fogo em São Tiago.
Com as duas rotas alternativas impedidas os usuários ficaram parados por horas
sem poder se locomover.
A
situação é complexa, milhares de pessoas dependem da BR265 para trabalhar,
estudar e fazer tratamentos nos hospitais de Lavras e São João Del Rei. Necessita-se
de uma ação urgente para sanar esses problemas e evitar que mais acidentes
ocorram. A prioridade é estabelecer um acesso lateral a ponte que caiu.
Contudo, segundo o site do G1, o DNIT desistiu dessa ideia.
Além disso soluções propostas pelo movimento podem
ser adotadas para minimizar os graves acidentes em pontos críticos da BR265,
tais como:
·
Implantação de
40 km de terceiras faixas no segmento São João Del Rei – Lavras, com
acostamentos
·
BR 265 km 353
- Trevo próximo ao bairro Fonte Verde em Lavras
·
BR 265 km 333
- Instalação de radar nas curvas do Rio Capivari, divisa Lavras/Itumirim
·
entre o KM
306-290 - Instalação de radar na "curva do Dr. Hélcio"; localizada
depois da ponte do Rio Grande, sentido Itutinga-Nazareno (entre o KM 306-290).
·
BR 265 km 287 - Balança para pesagem estática de
caminhões
Desta forma, o movimento busca unir força politica para que esses pedidos sejam apreciados e atendidos em caráter de urgência, para a continuidade desta ação, que tem salvado inúmeras vidas.
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